Medicamento GLP-1 falha no tratamento da doença de Parkinson, revela estudo

O GLP-1 exenatide proporcionou poucos benefícios para retardar a progressão da doença, apesar de um vislumbre de esperança em estudos anteriores.

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Os cientistas têm procurado novos tratamentos para retardar a progressão da doença de Parkinson. No entanto, um estudo recente mostra que o medicamento GLP-1 exenatide oferece poucos benefícios. Pesquisadores da University College London (UCL) realizaram um estudo rigoroso e não encontraram melhorias significativas nos movimentos ou sintomas dos pacientes.

Histórico do estudo sobre o GLP-1

Os pacientes geralmente usam exenatide, um agonista do receptor de GLP-1, para tratar o diabetes tipo 2. Os pesquisadores esperavam que ele também pudesse beneficiar os pacientes com Parkinson. Os sintomas da doença de Parkinson, um distúrbio cerebral, geralmente incluem rigidez muscular, tremores incontroláveis e, possivelmente, demência.

Pequenos estudos anteriores sugeriram possíveis efeitos neuroprotetores. Estudos epidemiológicos mostraram que pessoas com diabetes que tomavam medicamentos GLP-1 tinham menor probabilidade de desenvolver Parkinson.

Enquanto isso, dois pequenos estudos sugeriram que a exenatide poderia retardar o desenvolvimento da doença em um ano. Além disso, um estudo preliminar maior, publicado em 2024, descobriu que o medicamento GLP-1 lixisenatide também poderia retardar a progressão da doença de Parkinson.

Essas descobertas iniciais causaram entusiasmo na comunidade médica. Os cientistas acreditavam que o medicamento poderia retardar a progressão da doença de Parkinson, proporcionando o alívio tão necessário.

Para testar essa teoria, os pesquisadores da UCL lançaram um grande ensaio clínico. Seu objetivo era determinar se a exenatide poderia melhorar os sintomas da doença de Parkinson. O estudo, um dos mais extensos até o momento, seguiu uma metodologia rigorosa para garantir a precisão.

Resultados decepcionantes para o GLP-1 Exenatide

O estudo incluiu 194 pacientes com doença de Parkinson de seis hospitais do Reino Unido. Os participantes receberam injeções semanais de exenatide ou um placebo durante 96 semanas. O estudo foi duplo-cego, o que significa que nem os pacientes nem os pesquisadores sabiam quem recebeu o medicamento GLP-1.

Após quase dois anos, os pesquisadores avaliaram os resultados. Infelizmente, a exenatide não melhorou significativamente a função motora, os resultados de imagens cerebrais ou a progressão dos sintomas.

O professor Thomas Foltynie, que liderou o estudo do GLP-1, expressou frustração. “É extremamente decepcionante”, disse ele. “Esperávamos que conseguíssemos obter um resultado positivo.”

O Dr. David Standaert, pesquisador da doença de Parkinson na Universidade do Alabama em Birmingham, comentou: “O que tivemos no ano passado foi um teste de um ano e um pequeno sinal. O que aconteceria se você prolongasse o estudo? Bem, este é mais longo e simplesmente não há muita coisa aqui.”

Implicações para a pesquisa sobre a doença de Parkinson

As descobertas representam um obstáculo na busca de tratamentos para o Parkinson. Muitos esperavam que um medicamento para diabetes pudesse oferecer uma solução. Infelizmente, os pesquisadores precisam repensar sua abordagem e explorar outras opções.

No entanto, os cientistas não estão desistindo totalmente dos medicamentos GLP-1. Alguns especialistas sugerem que subgrupos específicos de pacientes com Parkinson ainda podem se beneficiar do medicamento. Por exemplo, indivíduos com pré-diabetes podem responder de forma diferente ao tratamento. O estudo também destaca a importância de ensaios clínicos rigorosos antes da adoção de novos tratamentos.

O futuro do tratamento da doença de Parkinson

Embora os resultados do medicamento GLP-1 exenatide sejam decepcionantes, as pesquisas sobre a doença de Parkinson continuam.

Enquanto isso, os pacientes com Parkinson devem continuar usando tratamentos comprovados, como a estimulação cerebral profunda (DBS). Enquanto isso, exercícios, medicamentos e ajustes no estilo de vida continuam sendo essenciais para o controle dos sintomas.

Em última análise, embora o medicamento GLP-1 exenatide possa não ser a resposta, a busca por um avanço continua. Os cientistas continuam empenhados em encontrar um tratamento eficaz para a doença de Parkinson.

Imagem por freepik