GLP-1 e terapia hormonal: Dupla mágica
De acordo com uma nova pesquisa, a terapia hormonal da menopausa(MHT) pode aumentar a perda de peso em mulheres na pós-menopausa que usam medicamentos GLP-1. Esses medicamentos, como a tirzepatide e a semaglutide, ajudam a controlar a obesidade e o diabetes tipo 2.
Ainda assim, muitas mulheres na pós-menopausa ganham peso por causa de seus hormônios. Isso ocorre porque, com a perda de estrogênio, o metabolismo fica mais lento, o ganho de gordura abdominal e a resistência à insulina. Em geral, essas alterações no corpo podem afetar negativamente a eficácia dos medicamentos para perda de peso.
Atualmente, os especialistas afirmam que a restauração dos níveis de estrogênio pode ajudar as mulheres na pós-menopausa a responder melhor aos GLP-1s. Com o tempo, a terapia hormonal poderá aumentar drasticamente as possibilidades de perda de peso para milhões de mulheres.
Gerenciando o ganho de peso na menopausa
Na reunião de 12 de julho de 2025 da Endocrine Society, os pesquisadores apresentaram dados de um estudo do mundo real com 120 mulheres na pós-menopausa. Especificamente, 40 mulheres receberam terapia hormonal para a menopausa e tirzepatide. Enquanto isso, outras 80 usaram apenas tirzepatide.
Após seis meses, as mulheres que usaram a terapia combinada perderam cerca de 17% de seu peso corporal. Por outro lado, as que usaram apenas tirzepatide perderam cerca de 14%.
Ainda mais impressionante foi o fato de que 45% das mulheres do grupo combinado perderam pelo menos 20% do peso. Em contraste, apenas 18% no grupo que usou apenas o medicamento atingiram essa marca.
“Esses dados são os primeiros a mostrar que o uso combinado de tirzepatide e terapia hormonal para a menopausa aumenta significativamente a eficácia do tratamento em mulheres na pós-menopausa”, observou a pesquisadora Dra. Regina Castaneda em um relatório à imprensa.
A terapia hormonal aumenta a eficácia dos medicamentos
Então, por que a terapia hormonal aumenta os medicamentos para perda de peso? O estrogênio desempenha um papel direto no apetite e no armazenamento de gordura. Além disso, ele ajuda a regular como o cérebro responde à sinalização do GLP-1.
Portanto, a adição do hormônio estrogênio parece intensificar os efeitos inibidores de apetite do GLP-1. Assim, os pesquisadores acreditam que essa sinergia é responsável pelos melhores resultados de perda de peso no grupo combinado.
Notavelmente, os pesquisadores também observaram os mesmos benefícios em mulheres que iniciaram a MHT dentro de 10 anos após a menopausa.
Implicações para a saúde da mulher
De modo geral, essas descobertas podem reformular os planos de tratamento para mulheres na pós-menopausa que lutam contra o peso. Até agora, alguns provedores hesitavam em prescrever GLP-1s para mulheres mais velhas devido a fatores como resistência hormonal.
Entretanto, esta pesquisa sugere que a MHT pode remover essa barreira. Consequentemente, as mulheres na menopausa poderiam se beneficiar tanto da terapia com GLP-1 quanto as pacientes mais jovens.
Além da perda de peso, a melhoria dos níveis de estrogênio pode reduzir o risco de doenças cardíacas, preservar os músculos e melhorar a sensibilidade à insulina. Portanto, os benefícios dessa abordagem híbrida podem ir muito além da balança.
Mais pesquisas ainda são necessárias
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores recomendam cautela, pois o estudo foi observacional e ainda não foi submetido à revisão por pares.
Além disso, os pesquisadores não conseguiram avaliar os efeitos colaterais em detalhes. Os medicamentos GLP-1 podem causar náusea e desconforto gastrointestinal, enquanto a terapia com hormônios da menopausa pode aumentar os riscos de coagulação em algumas pacientes.
Com o tempo, serão necessários mais estudos para confirmar a segurança e os resultados de longo prazo. Mesmo assim, essas descobertas representam um importante avanço na personalização do tratamento da obesidade para mulheres na pós-menopausa.
Perspectivas: Terapia hormonal e GLP-1s
A terapia hormonal da menopausa pode aumentar significativamente a eficácia dos medicamentos GLP-1, como a tirzepatide. Com mais pesquisas, essa combinação pode se tornar uma estratégia poderosa no controle da obesidade pós-menopausa e da saúde metabólica.
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