WeightWatchers pede falência
A WeightWatchers, agora sob o nome de WW International, entrou com pedido de falência em um movimento para reestruturar sua organização. Apesar de oferecer medicamentos populares para perda de peso à base de GLP-1, como o Ozempic, a empresa estava em dificuldades para reverter sua situação financeira. Por isso, as ações caíram mais de 60%, afetando a confiança dos investidores.
Um pesado fardo de dívidas
A empresa enfrenta uma dívida esmagadora de US$ 1,6 bilhão, um dos principais fatores por trás da decisão de falência. Em particular, o número de assinantes caiu de 4 milhões para 3,4 milhões entre 2024 e 2025. Consequentemente, a receita diminuiu e os custos operacionais tornaram-se insustentáveis.
Além disso, a instabilidade da liderança agravou a crise. Em especial, Oprah Winfrey – que já foi o rosto público do WeightWatchers – deixou a diretoria em 2024. Em seguida, houve transições de CEOs e pivôs estratégicos, mas nenhum deles resolveu as perdas crescentes.
Os medicamentos GLP-1 mudaram o jogo
Enquanto isso, os medicamentos GLP-1, como o Ozempic e o Wegovy, transformaram o cenário da perda de peso. Especificamente, esses medicamentos oferecem redução de peso rápida e com suporte médico, atraindo milhões de pessoas que antes dependiam de dietas tradicionais. Consequentemente, programas como o WeightWatchers perderam relevância diante das soluções farmacêuticas.
Além disso, o estigma em torno dos medicamentos para perda de peso diminuiu significativamente. Atualmente, os consumidores buscam resultados rápidos com respaldo clínico – algo que os planos da velha guarda não conseguem igualar. Assim, a WW se viu perseguindo um mercado que já havia evoluído.
Pivô tardio do WeightWatchers
Tentando se adaptar, a WeightWatchers comprou a plataforma de telessaúde Sequence em 2023 por US$ 106 milhões. Isso permitiu que a empresa oferecesse prescrições de GLP-1 por meio de consultas digitais. No entanto, o pivô veio tarde demais e não tinha escala.
Além disso, concorrentes como Ro and Found dominaram rapidamente o espaço de perda de peso por telessaúde. Assim, a WeightWatchers teve dificuldades para competir em termos de conveniência e marketing. Além disso, enfrentou obstáculos regulatórios e ceticismo de sua base de clientes antigos.
O plano de falência da WeightWatchers
Agora sob a proteção do Capítulo 11, a empresa planeja eliminar US$ 1,15 bilhão em dívidas. Ela continuará operando durante a reestruturação, incluindo as ofertas de GLP-1. No entanto, os fornecedores e acionistas continuam cautelosos com o resultado.
É importante ressaltar que a WW espera sair da falência dentro de alguns meses, embora ainda existam desafios. Os executivos acreditam que a nova estrutura permitirá um modelo de negócios mais enxuto e mais focado. Mesmo assim, será difícil reconquistar a confiança do mercado.
“À medida que a conversa sobre peso se volta para a saúde a longo prazo, nosso compromisso de oferecer as soluções holísticas mais confiáveis e respaldadas pela ciência – fundamentadas no apoio da comunidade e em resultados duradouros – nunca foi tão forte ou tão importante”, comentou a CEO interina Tara Comonte em um comunicado.
Ponto de inflexão para o setor
A falência da WeightWatchers destaca uma mudança mais ampla no setor de perda de peso. À medida que as soluções farmacêuticas se tornam comuns, os programas tradicionais precisam inovar ou correm o risco de se tornarem irrelevantes. Assim, é possível que outras empresas enfrentem em breve uma encruzilhada semelhante.
Por enquanto, o futuro do WeightWatchers está em jogo. Será que os medicamentos GLP-1 oferecerão uma vida útil – ou simplesmente marcarão o fim de uma era? Só o tempo dirá.
John Phelan, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons